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Artes e História: Tardo Antigo - Bizantina

.:Pra melhor compreender esse projeto leia: Artes e História - Introdução:.

PERÍODO TARDO ANTIGO: 

ARTE BIZANTINA

  1. Tendência à abstração
  2. Corrente helenístico-bizantina
  3. Icones e Iconoclasmo
O termo arte bizantina refere-se à expressão artística de caráter religioso do Império Bizantino.
No entanto, deve-se lembrar que esta tendência artística, por meio de influência político-religiosa, expandiu-se para regiões fora das fronteiras imperiais.

O crescente problema nas fronteiras causado pelos bárbaros, além de problemas dentro de Roma com o senado constantemente se envolvendo em questões relacionadas ao reinado dos imperadores, fez com que os imperadores optassem por outras cidades para serem sedes do império.

O imperador Constantino transferiu a capital do império para Bizâncio, antiga cidade renomeada mais tarde para Constantinopla. Neste local reúnem-se toda uma série de fatores que impulsionam a ascensão da nova expressão artística.

O mosaico é a expressão máxima da arte bizantina e, não se destinando somente a decorar as paredes e abóbadas, serve também de fonte de instrução e guia espiritual aos fiéis, mostrando-lhes cenas da vida de Cristo, dos profetas,e dos vários imperadores.
Plasticamente, o mosaico bizantino não se assemelha aos mosaicos romanos;
são confeccionados com técnicas diferentes e seguem convenções que regem também os afrescos.
Neles, por exemplo, as pessoas são representadas de frente e verticalizadas para criar certa espiritualidade; a perspectiva e o volume são ignorados e o dourado é utilizado em abundância, pela sua associação a um dos maiores bens materiais: ouro.

Basílica de San Vitale, Ravenna, 525-547 d.C.

- Ravenna foi a capital do império por pouco tempo. 

A basílica possui mosaicos impressionantes. Inicialmente eram feitos com pedras coloridas mas devido a dificuldade de encontra-las passaram a serem feitos de vidro pintado. 

Ela nos mostra uma mistura das tendências iniciais do cristianismo com as mais recentes. 

Detalhe da Família Real

Detalhe: Imperatriz Teodora

- Ela foi representada com um olhar abstrato de quem está centrado em sí. 
As figuras são planas, não tem bidimensionalidade, as formas do corpo não aparecem. 

Mais do que uma representação de palácio querem representar o luxo que deve ter um palácio. 

Detalhe: Imperador Justiniano

- Vemos uma vontade de representação mais detalhista os rostos apesar do resto se manter meio abstrato. 
O imperador possui uma Nimbus (auréola) como referência a sua divina importância. 

No fim do império, o culto mitraico egípcio chega aos romanos e começa a influenciar sua iconografia. Por exemplo: Maria passa a ser representada como Ísis.

Retrato da Imperatriz Ariadne, Florença, Museo Archeologico, séc. V d.C

- A imagem mostra a forte tendência a abstração. Muito estática, porém sua falta de movimento reforça sua autoridade inabalável. 
Possui um Orbe, que junto do cetro é símbolo de poder dos imperadores romanos. 

Díptico Barberini, Paris, Museu do Louvre, 1a. metade do séc. VI d.C.

- A parte de cima é bem abstrata. Cristo é representado sem barba, com o rosto semelhante ao de Justiniano, que está abaixo dando clemência aos bárbaros.
O gosto pela movimentação se remete ao Helenismo de Pérgamo. 

São Miguel, Londres, British Museum, séc. VI d.C.

- Essa imagem mostra a forte influência Helenística. Possui grande enfase em trabalhar o corpo enquanto o rosto é mais simples, vazio e inexpressivo, o olhar reforça a espiritualidade.


A arquitetura teve um lugar de destaque, operando-se nela importantes inovações. 
Foi herdeira do arco, da abóbada e da cúpula, mas também, do plano centrado, de forma quadrada ou em cruz grega, com cúpula central e absides laterais. 
A expressão artística do período influenciou também a arquitetura das igrejas. 
Elas eram planeadas sobre uma base circular, octogonal ou quadrada rematada por diversas cúpulas, criando-se edifícios de grandes dimensões, espaçosos e profusamente decorados.

Elevação da Hagia Sophia, no seu estado original

- A Catedral de Santa Sofia é um dos grandes triunfos da técnica bizantina.
Projetada pelos arquitetos Antêmio de Trales e Isidoro de Mileto, ela possui uma cúpula de 1.000.000 metros apoiada em quatro arcos plenos. Esta técnica permite uma cúpula extremamente elevada a ponto de sugerir, por associação à abóbada celeste, sentimentos de universalidade e poder absoluto.

Apresenta pinturas nas paredes, colunas com capitel ricamente decorado com mosaicos e chão de mármore polido.

Essa construção se tornou mesquita e toda representação humana foi destruída, no lugar colocaram itens abstratos e partes do Corão.

Interior da  Hagia Sophia

Icone de Cristo Pantocrator, Monte Sinai, Monastério de Santa Catarina, c. 700 d.C.

- Neste período começa a surgir um culto pela figura humana de Jesus e Maria. Essas figuras passam a serem consideradas sagradas pois acreditavam que tinham origem divina e poderes santos, sendo adoradas por isso.
Consideravam essas imagens preciosas.

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Cada vez mais os imperadores tem origem semítica, o que gerou um ICONOCLASMO que dilacerou o mundo bizantino: uma controvérsia sobre o uso de pinturas ou entalhes na vida religiosa. 
Toda representação humana que fosse realista poderia ser considerada uma violação ao mandamento de não adorar imagens esculpidas. 
O imperador Leão III, o Isáurio proibiu qualquer imagem em forma humana de Cristo, da Virgem, santos ou anjos. 
Como resultado, vários artistas bizantinos foram perseguidos, torturados e mortos.
Em 843, a lei foi revogada.
Quando voltam as imagens se tornam abstratas. 

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Virgen com o menino, Washington, National Gallery of Art, séc. XIII.

- Jesus e Maria são representados diferentes do aspecto físico normal das pessoas comuns. Por meio dessa diferenciação buscavam enaltecer seu carater divino.
Jesus é representado como um mini homem. As dobras das roupas são sugeridas por meio de padrões.
O dourado do fundo remete a luz, autoridade, poder.
Buscaram manter a coerência e a unidade da representação porque acreditavam que Deus os criou assim.

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