.:Pra melhor compreender esse projeto leia: Artes e História - Introdução:.
PERÍODO TARDO ANTIGO:
- Arte Paleocristã
- Arte Bizantina
ARTE PALEOCRISTÃ
A Arte paleocristã ou Arte cristã primitiva é a arte, arquitetura, pintura e escultura produzida por cristãos ou sob o patrocínio cristão desde o início do século II até o final do século V.
O cristianismo nasceu do judaísmo, os judeus são contra arte religiosa ou qualquer tipo de representação de Deus, das pessoas, assim como os islâmicos. Em contradição a isso, os romanos pagãos tinham grande apelo a representações de divindades. (No início, Cristo era representado como Hércules/Apolo).
Não há arte cristã sobrevivente do século I. Uma vez que nesse período o cristianismo era uma religião exclusiva das classes mais baixas, a falta de arte sobrevivente pode refletir uma falta de recursos para patrociná-la.
Após aproximadamente o final do século V a arte cristã mostra o início do estilo artístico bizantino.
Os primeiros indícios claros na afirmação de um estilo próprio cristão surgem em inícios do século II, sendo seu expoente as pinturas murais nas catacumbas romanas, lugar de culto e refúgio cristãos.
Normalmente os primeiros cristãos representavam o corpo humano de maneira proporcional e bidimensional, por vezes adaptando elementos da arte pagã, e obviamente harmonizando-os com os ensinamentos cristãos, bem como também desenvolveram sua própria iconografia, por exemplo, símbolos como o peixe (Ictus).
As fórmulas arquiteturais dos antigos templos pagãos não eram adequadas, não apenas por seu passado, mas por que as as cerimônias e sacrifícios pagãos eram realizados ao ar livre, à vista dos deuses, com templo servindo como repositório das figuras votivas e do tesouro. O modelo mais utilizado que estava às mãos quando Constantino quis comemorar a sua piedade imperial era a convencional e familiar arquitetura das basílicas romanas: prédios administrativos que funcionavam como tribunais.
Elas tinham uma nave central com um corredor de cada lado e uma abside no final: nela, numa plataforma elevada, se sentavam o bispo e os padres.
Reconstrução hipotética da Basílica Ulpia, no forum de Trajano
- No século IV, logo depois que as autoridades imperiais descriminalizaram o cristianismo e com o apoio de Constantino I e de sua mãe, a imperatriz Helena, os cristãos passaram a construir edifícios maiores e mais belos para realizar seus ritos religiosos do que os antigos pontos de encontro do tempo das perseguições (como os cenáculos, as igrejas em cavernas e igrejas domiciliares).
As fórmulas arquiteturais dos antigos templos pagãos não eram adequadas, não apenas por seu passado, mas por que as as cerimônias e sacrifícios pagãos eram realizados ao ar livre, à vista dos deuses, com templo servindo como repositório das figuras votivas e do tesouro. O modelo mais utilizado que estava às mãos quando Constantino quis comemorar a sua piedade imperial era a convencional e familiar arquitetura das basílicas romanas: prédios administrativos que funcionavam como tribunais.
Elas tinham uma nave central com um corredor de cada lado e uma abside no final: nela, numa plataforma elevada, se sentavam o bispo e os padres.
Planta da Antiga Basílica de São Pedro, iniciada em 333 d.C
- A Basílica de São Pedro foi construída sobre a necrópole de Roma aonde acreditava-se que São Pedro foi enterrado.
Reconstrução do aspecto original da Basílica de São Pedro no Vaticano
- Inicialmente a construção mantém o aspecto de fórum romano com teto de madeira.
Havia uma área externa, um pátio, que servia de mediação entre o mundo interior e o exterior.
Mausoléu de Santa Costanza, Roma, c. 340-345 d.C.
Díptico: é o nome dado a qualquer objeto que tenha duas placas planas ligadas entre si através de uma dobradiça. Artefatos com esta forma foram muito populares no mundo antigo para preservar notas, medir o tempo e direção. Foi símbolo de poder dos Cônsules (cargo abaixo do imperador) nas províncias.
Na imagem o personagem se representa vestido como senador romano portando símbolos militares.
Possuí algumas contradições técnicas: abaixo do pescoço as figuras são clássicas mas o rosto é esquemático. A arquitetura foi dissolvida e o espaço aparenta ser fictício.
(( Estilicão: era o magister militum do Império Romano do Ocidente, a única pessoa conhecida a deter a patente de "magister militum in praesenti" entre 394 e 408 tanto no ocidente quanto no oriente. Ele também era "magister equitum et peditum", encarregado tanto das forças de infantaria quanto de cavalaria do Império do Ocidente ))
Pinturas
A pintura a fresco vai dominar essencialmente tetos num estilo ainda muito influenciado pela pintura mural romana tardia, onde vai buscar os motivos arquitetônicos para a ilusão espacial e as figuras planas de corpo proporcional.
Mas este vocabulário tradicional é adaptado a uma nova mensagem onde se revelam temas bíblicos com especial preferência pela narração de milagres do Antigo Testamento (Milagre de Jonas).
Alguns dos motivos da arte romana são transpostos para os novos conteúdos, como o cacho de uvas, a imagem do Bom Pastor (que surge na figura de Cristo com o seu rebanho de ovelhas) e o pavão que, assim como o peixe (que alguns autores defendem também derivar da arte romana pagã), simbolizam a esperança na ressurreição e imortalidade.
- Pintura muito simples e subjetiva.
- Usaram a imagem de Orfeu como referência ao Bom Pastor da tradição cristã.
- Surge o mausoléu de forma circular (romano).
Possui mosaicos decorativos, nada cristãos pois como na época não podiam representar Cristo, usam elementos simbólicos e neutros: ramos de oliveiras, pombas brancas.
Gostavam de luxo, como mostra essa coluna clássica bem ornamentada.
Basílica de Santa Sabina, Roma, séc. V d.C.
- Teto e colunas milagrosamente originais.
A figura religiosa humana começa a aparecer no séc. V.
No império romano era costume lapidar na pedra inscrições sobre a criação do prédio e seu realizador/financiador. Com o passar do tempo essa prática se manteve em forma de mosaicos (como na imagem).
A porta inteira trabalhada mostra o grande gosto pelo decorativo.
O formato de Basílica predominou no Ocidente.
Díptico de Estilicão, Monza, Tesouro da Catedral, c. 400 d.C.
Díptico: é o nome dado a qualquer objeto que tenha duas placas planas ligadas entre si através de uma dobradiça. Artefatos com esta forma foram muito populares no mundo antigo para preservar notas, medir o tempo e direção. Foi símbolo de poder dos Cônsules (cargo abaixo do imperador) nas províncias.
Na imagem o personagem se representa vestido como senador romano portando símbolos militares.
Possuí algumas contradições técnicas: abaixo do pescoço as figuras são clássicas mas o rosto é esquemático. A arquitetura foi dissolvida e o espaço aparenta ser fictício.
(( Estilicão: era o magister militum do Império Romano do Ocidente, a única pessoa conhecida a deter a patente de "magister militum in praesenti" entre 394 e 408 tanto no ocidente quanto no oriente. Ele também era "magister equitum et peditum", encarregado tanto das forças de infantaria quanto de cavalaria do Império do Ocidente ))
Catacumbas Cristãs
- Catacumbas eram os locais que serviam de cemitério subterrâneo aos primeiros aderentes do cristianismo, para quem a fé se baseava na esperança da vida eterna após a morte.
Nestes lugares surgiram os primeiros resquícios de arte paleo cristã.
Pinturas
A pintura a fresco vai dominar essencialmente tetos num estilo ainda muito influenciado pela pintura mural romana tardia, onde vai buscar os motivos arquitetônicos para a ilusão espacial e as figuras planas de corpo proporcional.
Mas este vocabulário tradicional é adaptado a uma nova mensagem onde se revelam temas bíblicos com especial preferência pela narração de milagres do Antigo Testamento (Milagre de Jonas).
Alguns dos motivos da arte romana são transpostos para os novos conteúdos, como o cacho de uvas, a imagem do Bom Pastor (que surge na figura de Cristo com o seu rebanho de ovelhas) e o pavão que, assim como o peixe (que alguns autores defendem também derivar da arte romana pagã), simbolizam a esperança na ressurreição e imortalidade.
Orante, Roma, Catacumbas de Priscila, séc. III d.C.
- Pintura muito simples e subjetiva.
Bom Pastor, Roma, Catacumba de Priscila, segunda metade do séc. III.
- Usaram a imagem de Orfeu como referência ao Bom Pastor da tradição cristã.
Usam de ícones como a pomba, o ramo de oliveiras e o pavão.
Epitáfio de Kalemere, Roma, Museo Laterano, séc. IV d.C.
“Kalemere, que Deus dê alivio à sua alma, junto com aquela de tua irmã, Hilara”
- Falta organização espacial. A proporção deixa de ser prioridade em relação ao aspecto.
Sarcófago, Milão, San Lorenzo, séc. III d.C.
- Usa símbolos muito genéricos.
Sarcófago da entrega das leis a Pedro, Arles, fim do IV século
- Cristo é representado como uma mistura de Zeus com filósofos gregos, com isso passa a credibilidade deles. Já os apóstolos são representados como senadores. As leis seriam os evangelhos.
O papa passa a permitir o uso de imagens para ensinar os fiéis:
“Adorar imagens é uma coisa; ensinar com a ajuda delas é outra.
O que as escrituras são para os letrados, as imagens são para os iletrados, que vêem, através delas, o que devem aceitar, eles lêem o que não podem ler nos livros.
Isto é especialmente verdadeiro no caso dos pagãos.
E é particularmente necessário que você, que vive entre pagãos, não se deixe levar pelo zelo excessivo e assim não cause escândalo diante de mentes selvagens”.
Papa Gregório o Grande (590-604) ao Bispo Serenus de Marselha
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