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Artes e História: Carolíngia

.:Pra melhor compreender esse projeto leia: Artes e História - Introdução:.


Tópicos

ARTE CAROLÍNGIA
França, Itália, Alemanha

Imperadores Carolíngios

Pepino o Breve (752-768) :
foi responsável pela unificação de boa parte da Europa.

Carlos Magno (768-814):
Foi coroado pelo papa, o que mostrou o seu grande poder e prestígio na época.

Luis I o Piedoso (814-840)

Tratado de Verdun (843): 
Quando o território Carolingio foi dividido entre os 3 herdeiros - França, Itália e Alemanha
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A arte carolíngia refere-se à arte do período de Carlos Magno, estendendo-se pelos seus sucessores e alargando a sua influência ao período posterior da arte otoniana. 

Carlos Magno foi a figura política mais poderosa da Alta Idade Média, pois seus exércitos assumiram o controle de extensos territórios ao norte da Europa. 

Carlos foi responsável pela imposição do Cristianismo e pelo ressurgimento da arte antiga. 
Após sua coroação, tornou-se grande patrono das artes. 

Estes dois momentos da arte medieval são considerados os antecessores do românico e bases da arte gótica.

Além de pautar por uma forte herança céltico-germânica, a arte carolíngia inspira-se na arte romana da Antiguidade Clássica no chamado renascimento carolíngio, resultando numa comunhão entre elementos clássicos e o característico espírito emocional e conturbado da Idade Média.

Retrato equestre de Imperador Carolingio, Paris, Museu do Louvre, séc. XI

- Ao longo dos séculos a técnica grega se perdeu.
Ele segura o globo, símbolo do imperador. O cavalo é mais detalhado que seu rosto assim como seu tamanho é descomunal. Essa representação remete a dos santos. Foi feita de forma frontal. Possui uma mistura de estilos gregos e medievais.
Foi baseada na estátua de Marco Aurélio:

Estátua equestre de Marco Aurélio, Roma, Museu Capitolino, c. 176 d.C.

Evangeliário de Aachen, Catedral de Aachan, c. 820

- Representação dos quatro evangelistas. As imagens não são frontais, as cores dão impressão de volume.
Várias escolas vão se influenciar na arte clássica. Esta imagem tem grande proximidade com o helenismo: os evangelistas são representados como filósofos.

Carlos Magno encomendou diversos exemplares dos Evangelhos em latim, com gloriosas iluminuras. Também enviou artistas a Ravena, onde podiam estudar os murais e mosaicos cristãos primitivos e bizantinos. 
Carlos talvez tenha contratado artistas gregos para trabalharem nas iluminuras dos Evangelhos.
No sepulcro de Carlos Magno foi encontrado o que hoje se chama o Evangeliário de Carlos Magno, fruto de influência marcante da tradição pictoral romana.


Fonte da vida, Evangeliário de St. Medard Soissons, Paris, Bilbioteca Nacional, início do séc. XI

-  A representação do espaço tridimensional (perspectiva) era intuitiva.
Influenciada pelos afrescos da Vila de Pompéia:

Afresco, Villa de Boscoreale, 43-30 a. C.

Carlos o calvo recebe a bíblia dos monges de Tours, Bíblia de Vivian, Biblioteca Nacional da França, séc. IX

- Essa iluminura retrata o recebimento da bíblia na bíblia.
Enquanto a entrega acontece a mão de Deus abençoa a cerimônia.

A disposição dos soldados sugere uma perspectiva mais convincente, assim como a moldura mais realista.


Capela Palatina de Carlos Magno, Aachen, Séc. VIII.

Algo que impressiona Carlos Magno em sua visita a Roma é o tamanho dos prédios e monumentos, e ele vai copia-los. 

Capela Palatina de Carlos Magno, interior

- Uma das mais significativas construções deste período é a Catedral de Aachen na Alemanha.
Carlos Magno não distingue os períodos romanos, ele os toma como uma coisa só.

Inspirada na Capela de San Vitale, proto bizantina:

Interior de San Vitale, Ravenna, 547 c.

Trono de Carlos Magno, Capela Palatina, Aachen

- A primeira impressão ao observar o trono é que se trata de um trono simples, demasiado simples para um imperador.
Uma observação mais cuidada revela uma estrutura composta por peças de mármore que possivelmente teriam estado antes noutro lugar ao serviço de outra função.
Os seis degraus (em número igual aos degraus do trono de Salomão descrito no Antigo Testamento) são formados a partir de elementos de um antigo pilar.
O trono em si é composto de placas de mármore, possivelmente originárias de algum pavimento da Roma Antiga, apoiado em suportes igualmente toscos.
A possível razão para esta “colagem de retalhos” será talvez o desejo de se utilizar material proveniente de algum lugar antigo e sagrado para o cristianismo.
O altar acoplado na parte posterior é um acrescento de uma época mais recente.

Ao fundo da imagem podemos ver as tentativas de reproduzir os elementos romanos.

São João Evangelista, séc. IX, Nova York, Metropolitan Museum of Art

- Esta representação é menos frontal.
A postura é representada de forma mais humana, podemos intuir a forma do corpo por baixo.

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Continua em: ARTE OTONIANA 

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